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domingo, 12 de setembro de 2010

Ai que saudade!

Tenho saudades do meu tempo de criança
Quando tinha liberdades, que agora não mais
Pulava cercas em busca de frutas nos quintais
Corria com medo de que o vizinho me descobrisse
Também corria com medo de que minha mãe me apanhasse

Que saudades das brincadeiras saudáveis
Brincávamos nas noites de lua cheia
Não tínhamos luz elétrica em casa
Morávamos no sertão...
Numa vilazinha com poiuco mais de vinte casas
Todos os moradores pessoas simples, humildes
Um pouco rudes até...

Que saudades dos brinquedos de lata
Feitos por minhas pequenas mãos, hoje cheias de calos
Quantos cortes fiz naquelas latinhas
Muitas vezes me machuquei na fabricação de brinquedos

Entre os meninos, quando brincava, eu sempre era o mais rico
Era o fazendeiro, empresário, bancário, professor, policial...
Bandido nunca queria ser

Hoje, em nossos dias, moramos enjaulados nas cidades
Nossas crianças não tem liberdades das mesmas que nós
Nossos lares cada vez mais apetrechados de seguranças
No trânsito, mal podemos reclamar
Tem sempre alguém mais irritado que a gente

Lembro-me de que quando queria dinheiro
E minha mãe tinha algumas poucas cédulas de Cruzeiro
Sempre me dava para comprar umas balas doces
Hoje nos levantamos cedo e chegamos tarde
Corremos feito loucos contra o tempo
Para cobrir as contas, querendo viver melhor
As balas não mais degustamos tantas
Ouvimos os estampidos de outro tipo delas
Temos medo, somos prisioneiros de um capitalismo selvagem

Como cidadãos, esperamos nas promessas dos candidatos
Que sempre prometem e quando ganham, nem sempre cumprem
Tememos pela segurança de nossas vidas
Pela segurança de nossos filhos, familiares

Somente em Deus podemos depositar confiança
Somente Deus cumpre suas promessas
Por amor ao seu filho Jesus Cristo
Por amor incondicional a nós.