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quinta-feira, 30 de maio de 2013

Um dia de trabalho do carteiro

Estando eu desempregado e cansado de esperar pelas oportunidades prometidas por algumas empresas, resolvi me aventurar a um período temporário de carteiro, aliás, louvo a Deus por esta oportunidade que me foi apontada por uma irmã na fé de minha Igreja local.
Certificado da vaga apresentei-me ao escritório de uma destas empresas que se dizem especializadas em contratar temporário, fiquei surpreso em ter sido contratado em pouco menos de vinte minutos de espera sem nenhuma entrevista ao mesmo tempo em que orientado a me apresentar imediatamente no primeiro horário do dia seguinte a um "CDD" Central de Distribuição Domiciliar, mais surpreso ainda pelo fato de tal empresa contratante não me ceder sequer uniforme, equipamentos adequados e um breve treinamento. Diante disto fui à luta, quer dizer ao trabalho, às ruas de minha cidade. (rsrs)
No primeiro de trabalho, desacostumado a andar a pé, subi cada ladeirão, cheguei em casa com as pernas destruídas.
No segundo dia disposto a ajudar os carteiros ao ofício de colecionar as cartas, levei uma invertida do supervisor mal humorado, na verdade penso que aquele funcionário é também mal amado, diferente da maioria absoluta dos carteiros que via de regras são bem humorados. Fui destacado a andar por uma região da cidade em que as ruas eram mais tranquilas, sem morros ou ladeiras.
No terceiro dia me deram uma bicicleta sinistra, que inesperadamente desmontou o guidão e me deu um baita tombo, fiquei alguns dias com o punho dolorido.
No quarto dia fui atacado por cães, do popular "cachorro" na maioria vira-latas, tal destes me atacou no tornozelo, graças a Deus não houve perfuração.
Dai por diante o ataque de cães passou a ser mais frequente, e o engraçado é que existem moradores que se dizem amantes de animais, e parecem não gostar muito dos carteiros, leituristas da empresa de luz e água, garis e demais trabalhadores que usam as ruas como ambiente de trabalho. Gostaria de ver alguns deles no desafio de "um dia de carteiro". (rsrs)
Recentemente fui atacado por duas cadelas, tinha pressa em concluir o trabalho, continuei minha rota mesmo sentindo dores, ao final do trabalho retornei à rua investigando até descobrir o possível dono ou responsável pelos animais, fiquei surpreso ao ouvir do cidadão que negou a propriedade, dizendo apenas cuidar que não faltasse alimento ou água aos animais de rua. Naquele dia o tal funcionário supervisor do "CDD" me cobrou produção, me chamou de incompetente e sequer deu atenção à minha ocorrência.
Noutro momento, uma moradora com seu animal solto do lado de fora do muro de sua casa, pedi a ela que prendesse o animal, não fui atendido, e o tal animal foi me seguindo e atacando, chamando a atenção de mais um na rua, bem o final sobrou mais uma vez para o carteiro, na tentativa de me defender dos animais soltos fui atacado por animal preso que saltou ao meu braço.
E as caixinhas do correio? Boa parte dos moradores não as tem, outros instalam de maneira errada. E as residências? Boa parte sem identificação "número" visível, se as cartas não chegam, culpa do carteiro.
Moradores e cidadãos brasileiros lembrem-se: carteiros também são moradores e cidadãos, também são seres humanos, merecem respeito.
Cuidem bem dos seus animais deixando-os seguros em seus quintais, enumerem suas residências, instalem adequadamente caixas coletoras de correios.

domingo, 12 de maio de 2013

Cuidado com o louro!

Ando muito pelas ruas das cidades, e como um bom observador vejo placas inusitadas aos muros de algumas casas. Com medo de invasores, muitos moradores apelam para a intimidação afixando placas do tipo: "área protegida" ou "cuidado cão bravo". Dias atrás notei uma que me chamou a atenção, dizia o enunciado: "cuidado com o louro!" e me pus a pensar... cuidado com o louro! ah este cara tá de sacanagem, intrigado perguntei ao entusiasmado morador: o que quer dizer a placa cuidado com o louro? ao que ele me disse, olha moço somos gente simples, não somos ricos e como tal temos em casa dois seguranças, um deles é nosso vira-lata a quem demos o nome de "sadan" outro nosso papagaio a quem chamamos de "louro" e seguindo normas de segurança pública temos nossa casa murada com muros baixos complementados com grades, mas nem sempre isto é o bastante, vez em quando tem sempre um engraçadinho querendo entrar sem ser convidado, dai ensinamos o pássaro a repetir pequenas frases, e durante uma brincadeira com as crianças e o pequeno vira-lata, quando ainda era novo, já que agora é bem grande, gritava: pega ele sadan! e não deu outra, não é que o papagaio aprendeu!
E diante dos incentivos das crianças o papagaio repetia a frase: pega ele sadan!
Concordei com o morador, bem bolado o aviso de sua placa, uma brincadeira é claro, más no caso de dar certo, melhor prevenir... O invasor entraria em sua casa certamente rindo da ousadia da placa, mas se o louro percebesse certamente estaria enrascado. Pega ele sadan!
Coisas de gente simples e criativa, coisas do nosso Brasil.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Fusca: eu também tive um, meu primeiro carro.

Boa parte dos homens brasileiros de meia idade, quero dizer os quarentões entre os quais me incluo, estatisticamente já possuiu, ou usou, ou conheceu alguém que possuiu ou usou o bom carro de todas as horas, defensor da classe menos favorecida e até mesmo de boa parte da classe média, isto mesmo, estamos falando do bom e fiel Fusca, ou Fusquinha para os amantes do histórico modelo.
Segundo os críticos, o Fusca nasceu de um projeto arcaico, para os amantes da história deste herói e companheiro, um projeto eterno, resistente ou ainda feito para durar. O Fusca, nasceu a principio em resposta ao pedido de Hitler a Ferdinand Porsche, o velho "beetle" foi nomeado Volkswagen, carro do povo, proveniente do idioma alemão. Posteriormente nomeado "Volkswagen Sedan", carinhosamente apelidado de Fusca no Brasil.
Seu lançamento oficial se deu em 1.935, pelo então projetista Ferdinand Porsche, o Volkswagen podia ser comprado por quase todos, por um preço acessível à todas as classes. Em 1.959 o Fusca começou a ser fabricado no Brasil.
Isto posto, o humilde autor que vos escreve conseguiu comprar o primeiro carro no ano de 1995, com vinte e um anos de fabricação. Isto mesmo faça as contas, meu primeiro carro foi um modelo 1974 de cor verde, que aos poucos passei a reformar adotando-o como membro da família ou em algumas vezes mais que isto, uma outra família. (rsrs)
Reformei bancos, adaptei reclináveis para o motorista e passageiro deixando o traseiro original, eu disse o banco traseiro. (rsrs)
Reformei lataria principalmente a parte dos para-lamas e estribos, diga-se de passagem era o que mais se estragava de lata no fusquinha, com a vantagem de poder comprar as peças deixar no latoeiro e depois de prontos em pouco tempo se fazia a troca. Quase todo mês sempre tinha algo a fazer de reparo no velho fusquinha que deixei novinho e do meu jeito. Depois fui comprando equipamentos de som, e nisto o fusca é bem adaptável, com pouco investimento é possível deixar um som agradável e de boa qualidade.
De mecânica fácil, os reparos eram também acessíveis e atraentes diante de outros modelos, talvez por isto o amante do Fusquinha acabe gastando frequentemente para deixar o carro em boa forma.
Tenho saudades do meu primeiro e único fusquinha, se ele ainda estivesse comigo, e como diriam muitos amantes, se o meu fusca falasse, continuaria sendo parte de minha família.
Muitas aventuras tivemos juntos, ah que saudades!
Certamente quando tiver uma oportunidade de comprar um carro histórico, com a permissão de Deus e o consentimento de minha amável esposa assim o farei, comprarei um fusquinha, quanto mais experiente melhor, já que o fusca em minha vida jamais será velho, sempre terá espírito aventureiro, espírito jovem.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Meus amigos sinceros, diversos e controversos

Ao longo de minha experiência de vida social, procurei ser amigo e conquistar amigos. Por onde andei assim o fiz por acreditar na necessidade do ser humano viver em sociedade, este processo me envolveu em etapas que considero relevantes na criação e fortalecimento de verdadeiras amizades das quais hoje faço parte e posso contar.
Mas... para isto tive que passar por etapas e três delas que considero essenciais. Na primeira, acreditava em tudo e em todos, em que considero ter sido ingênuo, caindo em armadilhas, sendo trapaceado muitas vezes inclusive por alguns daqueles que se diziam "amigos". Na segunda, fiquei totalmente arisco duvidava de todos, inclusive de boa parte dos amigos sinceros, poderia dizer seguramente que esta fase se enquadrava na insegurança. Por último veio a etapa do amadurecimento, em que diante da experiência, dava tempo ao tempo, ouvindo mais e falando menos.
Mas... estas três etapas me mostraram alguns fatos curiosos, hilários em boa parte, em que pude observar alguns "tipos" de amigos, citarei alguns modelos: a) o amigo "mola" é aquele que te impulsiona a fazer coisas impressionantes, sem medir consequências que em boa parte são danosas; b) o amigo "geladeira" é aquele que vive te colocando numa fria; c) o amigo "racha" é aquele que te convida pra curtir uma adrenalina, mas que se a coisa apertar corre certamente; d) o amigo "político" vive prometendo mas nem sempre cumpre; e) o amigo "amnésia" sempre esquece do compromisso; f) o amigo "salim" aquele que quando o assunto lhe convém diz: Salim sou eu, quando não: Salim saiu; o amigo... poderia citar tantos, dos quais já tive, a quem posso chamar de diversos, mas tem uma classe a que recomendo cuidado redobrado, aos amigos "controversos" estes sim em alguns casos dizem ser amigos, noutros te negam com a mesma facilidade que lhe é natural, alguns depois se arrependem.
Diante de tantos, sou feliz, e louvo a Deus por ter me dado amigos, bons amigos de todas as horas que comigo andam, me aplaudem, são aplaudidos, me socorrem, são socorridos, que consolam e choram e também são consolados. Amigos estes que ganhei através do maior deles, aquele que se fez carne, ele mesmo o Verbo, o próprio Jesus que se fez amigo verdadeiramente incomparável, único, de quem sou servo e é digno de ser Senhor.