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domingo, 5 de abril de 2015

A igreja, um organismo vivo que clama por mudanças

Ao observar a estrutura organizacional de uma Igreja pode-se perfeitamente notar características semelhantes a um organismo vivo, que de maneira favorável no meio pode crescer, florescer, gerar frutos e alimentar vidas, em todo caso, não se descarta o poder de um organismo em definhar, matar e morrer, até porque este processo faz parte do ciclo natural de muitos organismos. Este morrer pode ser creditado a vários fatores, solo ou meio ineficiente ou infértil, falha na preservação ou cuidado, hidratação, inanição, sufocamento parasitário, ataques internos e externos. Jesus Cristo escolheu a doze discípulos que pudessem segui-lo por onde quer que andasse, pregando, ensinando, curando enfermos. É importante lembrar que a Bíblia aponta para uma metodologia de escolha dos discípulos totalmente desvinculada à meritocracia, posição social ou acadêmica "E nomeou doze para que estivessem com ele e os mandasse a pregar, e para que tivessem o poder de curar as enfermidades e expulsar os demônios (Mc 3:14-15)". Jesus em sua sabedoria escolheu pessoas humildes, não podemos negar que também se tratava de pessoas conhecidas pelo seu povo, e certamente alguns sofriam rejeição da comunidade como é o caso do cobrador de impostos. A Bíblia aponta para uma igreja, construída na vontade do Senhor Jesus Cristo, fraterna, acolhedora, amável, obediente à sua palavra e que na sua essência reconhecesse que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus "E, chegando Jesus às partes de Cesaréia de Filipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem? E eles disseram: Uns, João o Batista; outros, Elias; e outros, Jeremias, ou um dos profetas. Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou? E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus. Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; (Mt 16:13-18)" Jesus exemplifica aos discípulos e seguidores qual o formato do caráter cristão em quem será construída a sua Igreja e que nestas condições as portas do inferno jamais prevalecerão contra a sua Igreja, e esta construção não se baseia na parte estrutural arquitetônica, mas em sua estrutura da fé de que Cristo é suficiente Salvador, filho do Deus vivo e verdadeiro, nosso único mediador entre o Deus e o homem. É lamentável que com o passar dos séculos, a humanidade tenha rumado para uma ideologia pragmática templária em que o templo toma importância maior que o próprio Deus, produzindo obras arquitetônicas dignas de tombamento histórico, belas aos nossos olhos, umas medievais outras modernas confortáveis, e como consequência, sua membresia toma assento e se apossa dele de tal forma que a missão de evangelizar se torna cada vez mais empresarial, sua liderança passa horas tentando inovar na captação de novos membros. Jesus Cristo em sua sabedoria e humildade ao Pai, deu a si mesmo por nós, nos ensinou a anunciar o projeto de salvação de maneira simples. O homem por sua vez empreende cada vez mais seu tempo no conforto próprio, o ouvir à palavra torna-se privilégio dos escolhidos, quando deveria ser privilégio do escolhido anunciar o reino. Jesus Cristo não escolheu a doutores, não exigiu currículo acadêmico ou missiológico para empossar alguém no cargo de evangelizar, escolheu sim àqueles humilhados e os capacitou a pregar, anunciar o evangelho a toda criatura, fazendo discípulos e batizando, por outro lado, Deus tem prazer em ter doutores que se importam com o reino, que se aplicam com o serviço "Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Mt 28:19". Igrejas históricas estão cada vez mais valorizando a intelectualidade, a capacitação do anuncio em púlpito, formando eruditos, verdadeiras bibliotecas humanas que sabem tudo de história, até sabem muito sobre Jesus Cristo e dão aulas exibindo seu conhecimento, mas que cada vez mais entendem menos o que Jesus fez e ensinou a fazer: ensinar, fazer discípulos, batizar em nome do Pai do Filho do Espírito Santo, cuidar do rebanho dentro e fora dos grandes edifícios ou salas alugadas. Igrejas estão formando pastores cada vez mais aplicados no púlpito e menos cuidadores, visitadores, e aqueles que o são são severamente criticados, atacados. A crítica do tradicionalismo àqueles que se importam com as camadas sociais menos favorecidas, cada vez mais evidencia seu encolhimento. Por outro lado, há uma distorção do entendimento da fé, em que o buscar a Deus, ao seu reino e sua justiça traduz-se em buscar ao reino especificamente material, o cristão quer usufruir do reinado de Deus em sua vida pura e simplesmente pela possibilidade do ter, e isto cada vez mais tende a tomar proporções grandiosas, pois deixamos o foco principal da adoração e gratidão a Deus pelo dom da vida, pelo sustento familiar e comunitário, e deixamos a adoração em segundo plano. Também a adoração tornou-se sinônimo do canto e louvor, quando na verdade podemos adorar a Deus no templo, no trabalho, na escola, no quarto de dormir, na sala de jantar, em tudo que fizermos. Hoje vivemos numa sociedade que cada vez mais nos dita regras, e tais são sutis em sua forma, nos empurra a ser o que temos, e este ataque externo cada vez mais se torna real na vida da membresia da igreja, e consequentemente afasta classes menos favorecidas do seio dos templos, tornando a igreja institucional um centro de convenções elitista em que o pretenso cargo de liderança traduz-se em poder político e decisório nas causas em que o bem comum é depreciado, e como consequência, este organismo vivo chamado Igreja, inconscientemente apropriando-se do costume e regras ditadas pelo mundo, quando deveria ser o contrário, a igreja fazer a diferença no mundo em que vive, gera morte, quando deveria gerar vidas. A Bíblia nos ensina que devemos via de regra acolher e amar ao pecador, perdoar-lhe, mostrar-lhe o caminho, caminhar com ele, promover seu crescimento. É para isto que somos igrejas, transformados, agentes de transformação, Amar o pecador sim, mas rejeitar o pecado.

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Preferencial em Curitiba

No início do ano de dois mil e oito mudei de uma pequena cidade da região de Baurú no interior do estado de São Paulo para a região metropolitana de Curitiba. Até então não havia cogitado esta possibilidade. Na pequena cidade, o trânsito era bem tranquilo, pessoas gentis dividiam os espaços de maneira civilizada, nos cruzamentos vez ou outra rolava até um cumprimento. Já na grande Curitiba... a coisa tem ficado cada vez mais perigosa. Tempos atrás um certo deputado estadual em seu "possante" atropelou um carro com dois jovens que fatalmente perderam suas vidas. Um cidadão "estressado" arrebentou o carro do outro a pauladas após uma discussão de trânsito. Pessoas irritadas até tiros disparam, quando deveriam chamar a polícia, ou acertar de maneira civilizada. Motoristas apressados ultrapassam pela direita, acostamentos, faixas de pedestres e por ai vai. Sinalização tem sido alegoria, carros dos mais sofisticados com motoristas mais imprudentes ainda, causa-me espanto! Chego a pensar que tais carros são vendidos com descontos expressivos aos que se acham "donos da cidade" no pretexto de não fazer uso da sinalização. Caminhões disputam vagas com os veículos menores, pois a tal linha verde "rápida" que cruza a cidade e que deveria desviar o tráfego pesado da região central, agora saturada penaliza aqueles que nela trafegam em horários de pico. Vai entender... papagaios!

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Tenho mais medo do veneno das pessoas ao das mais temidas serpentes

Tenho mais medo do veneno das pessoas ao das mais temidas serpentes. Vivemos numa época em que a conquista por um espaço tem sido uma constante na vida de muitos, seja no trabalho, no colégio, na faculdade, no núcleo de amizades. Pais incentivam filhos a serem os melhores na escola, no campinho de futebol, no ginásio poliesportivo, seja menino ou menina em qualquer das competições. A vida é uma competição. Diante desta realidade destacam-se os competentes, os inteligentes, os atraentes e quando não os trapaceiros. É, isto mesmo, os trapaceiros também se destacam até um certo ponto, e são destes que temo mais que as serpentes. Certa vez ouvi alguém dizer que serpentes atacam quando sentem-se ameaçadas, quando não passam de reto. Gente trapaceira é imprevisível, tem sempre uma doze de veneno à tira-colo, sempre disposta a tudo, a qualquer preço quer vantagem. No pretexto da conquista usam de subterfúgios, artimanhas, argumentos dos mais variados, na sutileza incomum denigrem "imagens públicas" destroem vidas, derrubam postos, substituem cargos, usurpam. Destas sim, mantenho distância.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Quem sou eu?

Quem sou eu?
Sou aquele que inúmeras vezes viu alguém à beira do caminho, ferido, necessitado, faminto, e de largo passei.
Quem sou eu?
Sou aquele que passava no farol vendo aquele garoto desnutrido, mal vestido, cabelos descuidados, fechei o vidro do carro.
Quem sou eu?
Sou aquele que via imagens de desabrigados vitimados por alguma catástrofe, trocava de canal a tv.
Quem sou eu?
Sou aquele que batia ao peito cheio de orgulho dizendo jamais voltar uma palavra.
Quem sou eu?
Sou aquele que ficava bravo ao ver minha mãe me acertar os passos.
Quem sou eu?
Sou aquele impensadamente proferia palavras que machucavam meu próximo, meu semelhante.
Quem sou eu?
Sou aquele homem cheio de falhas e que mesmo assim Jesus aceitou o desafio de transformar em uma nova criatura.
E agora a cada dia me coloco como ferro ao fogo a ser moldado pelo artífice, como barro nas mãos do oleiro, pois ainda tenho falhas que Jesus preferiu não arrancá-las, mas me mostrar o caminho para que também eu possa fazer parte desta mudança. Possa ser mudado e promover mudanças em outras vidas. Aquele que procura ouvir a voz do Mestre em meio ao barulho de máquinas e pedras em forma de selva e que abrigam gente apressada.
Quem sou eu?
Gente igual a você, que pede perdão igual a você, que libera perdão igual a você, que não desiste de amar ainda que ignorado por gente igual a você acredita no poder de Deus. Sou aquele buscado por Jesus igual a você, amado igual a você, convidado a se fazer presente à mesa do Rei igual a você.

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Tem coisas que me dão arrepio

Tem coisas que me dão arrepio!
Lembro-me de uma época quando criança fui ao cinema quatro vezes para ver o mesmo filme, tá certo que o gênero não era dos melhores para uma criança, mas queria testar minha coragem ao assistir um bom filme de terror. Também me pelava ao passar por algum cemitério, ainda mais à noite ai a coisa não ficava boa. Ao ouvir um barulho estranho próximo da casa onde dormia me apressava o passo em esconder-me. Fantasmas, vixe quando ouvia falar deles a coisa pegava. Polícia ou índio eram classes que não me encorajava a trocar uma boa prosa. Minha mãe expressar meu nome inteiro, ah também me gelava, pois certamente vinha acompanhado de um bom corretivo às minhas peraltices. Pois bem, o tempo foi passando a idade chegando, alguns medos se foram outros não tanto, chegaram uns novos... ah chegaram novos medos! De polícia ainda tenho, não que me sinta culpado de algo mas em alguns casos é melhor se precaver, é claro que tem uma parcela de bons e retos policiais que zelam pela ordem, pela lei nos quais me sinto seguro. Meus fantasmas de hoje são outros, a exemplo de quando alguém se aproxima de mim com a famosa frase: "quero te contar uma coisa" ah sou tão reticente... geralmente boa coisa não é. Tem gente que adora uma fofoca, o que não é o meu caso. Tenho medo da ação desgovernada de alguns representantes que elegemos, que fingem administrar o que é público... ah tem uns caras tão famintos, é claro que não é uma máxima. Infidelidade seja no sentimental, profissional e relacional, mentira então, ah estas "coisas" sim me dão calafrios, pois penso que alguém que mente é capaz de coisas mais terríveis. Então resta-me lidar com meus medos, sendo verdadeiramente honesto ainda que alguns não gostem e me olhem torto fazendo biquinho. E prossigamos para o alvo que é Cristo.

domingo, 29 de dezembro de 2013

Planos para o ano novo

Quando muitos ocupam seu precioso tempo fazendo planos mirabolantes para o ano vindouro me ocorreu pensar nalguns costumeiros, noutros inusitados, outros não tanto. Emagrecer pra que? se demorei tanto tempo pra adquirir esta barriguinha tão notada. Ficar rico pra que? se sou tão importante quanto, com as dívidas que tenho. Comprar um camaro amarelo pra que? se não tenho como abastecer o faminto. Fazer muitos amigos pra que? se os poucos verdadeiros que tenho me bastam. Escalar o mais alto monte pra que? se ao chegar no topo tenho que descer. Diante destas e outras indagações populares prefiro gastar meu precioso tempo agradecendo a Deus por tudo o que consegui neste ano que escapa aos meus dedos e que teve tantos dias quanto o que me bate à porta, em que posso ser abençoado e abençoar vidas ao mesmo tempo, com o talento que Deus me deu. As conquistas vem para marcar a importância das lutas e batalhas que travamos.

sábado, 7 de setembro de 2013

Fui entrevistado por uma figura esquisita

Como desempregado sofre!
Em uma de minhas investidas buscando oportunidade de trabalho, visitei certa empresa pela segunda vez em um ano, e tal como da primeira fui entrevistado por uma figura um tanto quanto esquisita. Enquanto me interrogava, mantinha seus grandes olhos fixos em minha direção destacados em seu rosto inexpressível aliado a uma maquiagem exageradamente estranha. Reparei, não tinha como não notar, que a boca era a única coisa a se mexer naquele rosto. O arranjo de cores de sua vestimenta não condizia com seu perfil. Contive-me em não dar uma boa gargalhada durante a entrevista, diante de alguém que literalmente parecia uma soma de dois personagens também esquisitos: a cuca do sítio do pica-pau amarelo e a zebra do fantástico.
Quando posteriormente liguei interessado no resultado do processo seletivo, fui informado pela mesma pessoa esquisita que não tinha perfil para a vaga, liberei minha gargalhada ao telefone e falei: “empatamos, também você não tem perfil para entrevistador!”