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quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Um tal José que não tinha nome

Certo rapaz metido a galanteador, cheio de si famoso pelo bom papo, conquistava as moças que queria nas festanças do sertão ao som das radiolas movidas a pilha, quando não tinha sanfona instrumento que bem tocado afinado chamava à atenção. Não era muito dado ao trabalho mas a necessidade lhe fazia pegar as empreitadas de roçados nas roças e pastos da redondeza, ganhava pouco porque lhe pagavam pouco, era justo porque pouco trabalhava. Mas o tal José tinha bom papo até entre os peões, se fazia de gato de contratos, sabia de tudo fazia nada. Posava de disposto sempre que chegava o patrão lhe cobrando resultado. O tal José era bom de garfo, na hora do rango atraia as atenções com seus contos falava aos cotovelos. Moço vistoso quando podia andava cheiroso às custas de qualquer desodorante barato daqueles da época que comprava nos botecos. Pé de valsa, dançava até tarde até que a pilha dava até que tinha pinga, bebia mas não caia ficava bêbado não, era cabra esperto fugia do rebú, quando via a confusão pegava sua binga riscava vez em quando pra alumiá o caminho de volta pra casa aos braços da patroa. José dormia de noite dormia inté de dia contava suas vantagens a quem lhe perguntava o nome o moço dizia, tenho nome não sou apenas José, mas pode me chamar José pé-de-valsa, José bom-de-conversa, José do sertão.

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