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sábado, 23 de fevereiro de 2013

Quanto é três vezes sete?

Nasci meio que de passagem numa cidade do estado de Goiás, passados alguns "poucos" anos, minha mãe resolveu mudar para o interior do estado de Pará. Lembro-me que fomos morar num vilarejo de nome Santo Antonio por volta dos anos setenta, minha mãe foi contratada como educadora, encarregada de alfabetizar e formar turmas primárias, ou seja, considerando a normativa ou nomenclatura de ensino de hoje, a formação primária daquela época se dava até a quarta série, na sequência vinha o "ginásio" concluindo o primeiro grau equivalente ao ensino fundamental. Lembro-me também que a Secretaria de Educação do município ao qual o vilarejo pertencia, não defendia alfabetização de menores com data inferior a sete anos, talvez pela precariedade de ferramentas interativas. A professora lecionava em sala mista, formato em que todas as crianças estudavam juntas, entretanto separadas em lotes de série. Sistematicamente havia pelo menos um dia da semana separado para o tomar da lição, ou seja uma provinha oral. Desde pequeno me interessei por matemática e mesmo não podendo estudar junto com os demais, dada a minha idade inferior, aprendi a fazer contas ouvindo do lado de fora da sala. Ao perceber minha habilidade em aprender as operações matemáticas, minha mãe passou a me proibir de ficar ao lado de fora da sala me intimando a ficar em casa mesmo. Mas eu sempre interessado, teimoso e com energia de sobra (rsrs) dava um jeitinho de fugir do castigo da "sargentona" e logo que ela saia, após meu cumprimento das tarefas do lar, ia brincar ao lado da escola e próximo à sala de aula que minha mãe lecionava. Certo dia foi muito engraçado, percebi que estavam os alunos em volta da mesa da professora que investia em uma provinha oral, testando o conhecimento dos alunos chamava-os pelo nome e dirigia a pergunta. Lá pelas tantas ouvi: QUANTO É TRÊS VEZES SETE? eu eu do lado de fora me atrevi: VINTE E UM!! Foi aquela correria... minha mãe correu para o lado de fora da sala e me chamou pelo nome e sobrenome... quando isto acontecia eu sabia que o caso era grave, corri, corri, "corri mas que as penas". Resultado, quando entrei em sala de aula para ser alfabetizado, já sabia muita coisa. Tempos bons, memórias inesquecíveis! Queridos pais, prestem o devido apoio na alfabetização de seus filhos menores, não deixem apenas para os órgãos educadores públicos ou privados esta tarefa! Pense que você pode ser cooperador nesta educação agregando valores, princípio éticos e morais relevantes para a formação do caráter de seus filhos.

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